Era uma caixa delicada, de branca cerâmica trabalhada por mãos velhas e conhecedoras. Era uma caixa feita de paz e amor, repleta de ingênuas rosas pintadas. Era uma caixa feita de música, em que a bela bailarina rodava.
Era uma caixa delicada, levada numa noite fria de um quarto quente. Era uma caixa feita de paz e amor atirada para o mundo real, perdida numa feira poeirenta. Era uma caixa de música que tocava uma canção vazia.
Era uma caixa circular, de pés de cristal, debruada com delicados fios de ouro. Era uma caixa gasta e gaga, com uma bailarina cansada e desastrada, de passos hesitantes. Era uma caixa rachada, velha, deixada ao acaso na escadaria de uma igreja.
Era uma bailarina, uma moça, uma donzela, uma rapariga. Era uma melodia e muitas histórias. Era uma caixa de música e a sua vida.
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