segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Depoimento de uma Bailarina

"Todo amanhecer para as bailarinas (o) é complicado, o chão que você não sente pisar, as bolhas que perturbam... Seu corpo te dá bom dia estalando. É uma relação de amor e ódio com a dor. É inevitável não se viciar nessas dores diárias que fazem questão de te lembrar sempre que você é bailarina.

É um desgaste com sabor de trabalho. E nunca vai parar! Tem dia que dói mais, tem dia que dói menos. Lembrando que me refiro ao corpo, pois se for avaliar o coração de uma bailarina, perceberá que não existem feridas, porque não se deixa ferir.


Você entrega seu amor ao balé sem medo, pois tem certeza de que ele não te abandonará. Seu coração vai estar sob o domínio da arte, em troca você receberá algumas bolhas sim, feridas, lesões, mas prefiro um corpo dolorido a um coração machucado... Todos chegam à aula reclamando das dores, às vezes até choram, mas no fundo sabem que fazem parte da sua felicidade, sabem que um dia sentirá falta.

E acredito que sem as dores, os aplausos não seriam tão gratificantes, com sonoridade de superação e com uma sensação de orgulho, por nunca desistir... E quando reclamar da dor substitua o semblante triste por um sorriso, porque se você não estivesse com ela, o balé não estaria com você!"
Desconheço a autoria

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