Todo ano é a mesma coisa: no dia 29 de abril, lá vamos nós celebrar a arte que nos move. Também faço parte dessa turma, e assim publiquei em 2010, 2011, 2012 e 2013.
Mas hoje não celebrarei nada. Não farei ode à dança. Não falarei de todos os seus aspectos na minha vida. Não vou dizer que ela é importante para todos nós. Nada disso.
Porque todo ano vejo sempre as mesmas coisas: uma celebração dos bailarinos, amadores, estudantes, professores, maestros, ensaiadores, coreógrafos. Hoje não é o dia de quem dança.
Para celebrar a dança é necessário reconhecer que ela é tão antiga quanto a humanidade. Ela nasce conosco, porque antes mesmo de andar e falar, nós nos movemos. O nosso corpo fala antes que possamos esboçar as palavras. Dançamos sem saber que é isso o que estamos fazendo.
Mas crescemos. E, em algum momento, tentam nos tirar esse direito. Porque existem as danças, os métodos, as formas, as técnicas, os dogmas, os preconceitos, os detentores do saber. Cada qual reivindicando para si o domínio sobre essa arte.
Não adianta fazer isso, meus caros. A arte é do ser humano. Ela é de todos nós. Ela é de cada um de nós.
É isso o que eu quero: que todos nós possamos dançar. Não apenas na sala de casa, no meio da rua, em pleno parque, mas escolher a dança que nos chama, nos dedicarmos a ela sem receio. E sem ninguém fazendo elucubrações, questionamentos ou, pior, cerceando quem quer seguir o caminho que lhe chama o coração.
Dançar é um direito.
Pelo menos no Dia Internacional da Dança, não nos esqueçamos disso.
Por: Cássia Pires
Nenhum comentário:
Postar um comentário