Muitos são introduzidos no ballet quando crianças, mas infelizmente nem todos tem a mesma sorte. E ao contrário do que parece, alguns não crescem com o sonho de ser um bailarino ou bailarina, o sonho de ser bailarino (a) que cresce dentro deles com o tempo. Às vezes são apresentados ao ballet clássico tarde, ou quando mais novo (a) achava tudo muito parado, ou os pais não quiseram ou puderam colocar. Mas para ser sincero eu admiro mais quem começa a fazer ballet com 40 anos de idade do que quem faz desde os quatro, não me importa se a pessoa não tem o físico, ou flexibilidade exigida, pois estamos vivendo em um mundo que o que é mais valorizado é o físico e o sentimento de amor à dança vai sendo deixado para trás.
E se a pessoa em questão entrou para uma aula de ballet adulto ou adolescente, é porque gosta. E às vezes quem faz ballet há 15 anos permanece com as sapatilhas nos pés simplesmente por ser mais cômodo, porque depois que se aprende a andar na ponta dos pés, realmente é difícil andar com o pé inteiro no chão. Não significa que uma bailarina que consiga fazer 36 fouettés seja mais feliz que uma que só consiga fazer pirueta simples; às vezes ela nem consegue fazer uma conta de subtração, enquanto a outra cursa medicina em uma faculdade federal, e se julga melhor que ela. Cada qual tem sua qualidade e diferencial, mas todas merecem ser igualmente felizes.
Quem começa a fazer ballet cedo em uma boa escola tem obrigação de saber a técnica do ballet clássico, já o lado artístico não se aprende com o tempo, nasce com a pessoa, às vezes ela só é bailarino ou bailarina por consequência, ai quem não tem sorte é ela, que está vivendo infeliz. Não se deve culpar o tempo, não se deve ouvir criticas que não são construtivas, não se deve pensar que não vai conseguir. É necessário esforço.
Um bebê não consegue andar sem antes cair, se machucar, e ter cicatrizes, a diferença é que essas cicatrizes se curam conforme você percebe que está se superando, que valeu a pena deixar de achar o ballet lindo e passar a fazer parte dele e ele parte de você. Não tem que achar "ridículo" colocar uma meia calça ou um collant, sapatilhas e entrar em uma aula iniciante. Ridículo é quem deixa de viver fazendo o que ama, ou quem te crítica, porque às vezes quem critica é só uma pessoa frustrada que não teve a mesma coragem que você. E quem vive de lágrimas sente dor ao ver um sorriso, ainda mais quando esse sorriso poderia ser o dela.
Lucas Splint
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