"Não farei uma ode à dor. Bailarina sente dor e todo mundo sabe. Não farei uma ode ao sofrimento, porque todo artista conhece bem o seu significado. Não farei uma ode à dedicação, porque disso pressupõe qualquer trabalho bem-feito.
Farei uma ode à plenitude. Eu danço porque adoro sorrir. Por dentro.
Eu sou bailarina até de pijama. O meu corpo carrega consigo a técnica que eu já aprendi e espera ansiosamente por aquilo que eu ainda não conheço. As músicas dos repertórios soam na minha cabeça ao longo do dia; quando não, as cantarolo sem querer.
A rotina das aulas de balé clássico. As descobertas de uma coreografia. As mil repetições. Nada disso é um fardo para mim. Sou apaixonada por todo o processo. Assim, entendo o significado da palavra "pertencimento". A dança é o meu lugar.
Não quero a medalha do "eu consegui!" porque não há um fim. A minha busca é outra: eu não sou atleta, eu sou bailarina.
Sinto apenas por não estar no palco como eu gostaria e o tanto que eu gostaria. Mas o balé clássico está comigo o tempo todo e isso é o suficiente para me fazer sorrir. Por dentro."
Da autoria de Cássia Pires, para começar as postagens de 2013, essas belas palavras...!
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