quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Dor e bailarina não são sinônimos no meu dicionário

"Não farei uma ode à dor. Bailarina sente dor e todo mundo sabe. Não farei uma ode ao sofrimento, porque todo artista conhece bem o seu significado. Não farei uma ode à dedicação, porque disso pressupõe qualquer trabalho bem-feito. 

Farei uma ode à plenitude. Eu danço porque adoro sorrir. Por dentro. 

Eu sou bailarina até de pijama. O meu corpo carrega consigo a técnica que eu já aprendi e espera ansiosamente por aquilo que eu ainda não conheço. As músicas dos repertórios soam na minha cabeça ao longo do dia; quando não, as cantarolo sem querer. 

A rotina das aulas de balé clássico. As descobertas de uma coreografia. As mil repetições. Nada disso é um fardo para mim. Sou apaixonada por todo o processo. Assim, entendo o significado da palavra "pertencimento". A dança é o meu lugar. 

Não quero a medalha do "eu consegui!" porque não há um fim. A minha busca é outra: eu não sou atleta, eu sou bailarina. 

Sinto apenas por não estar no palco como eu gostaria e o tanto que eu gostaria. Mas o balé clássico está comigo o tempo todo e isso é o suficiente para me fazer sorrir. Por dentro."


Da autoria de Cássia Pires, para começar as postagens de 2013, essas belas palavras...!

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