A dança pode ser uma forma divertida de exercitar corpo e mente.
Bailarinas do Bolshoi Brasil |
É desde o começo dos tempos que o homem pula, se dobra e se estica em rituais que visam uma comunicação direta com os deuses ou que contam uma história aos seus pares. O antropólogo Gordon Hewes, no começo da década de 1970, disse que "o movimento é a nossa língua natal e nosso pensamento primordial". Afinal, dançando comunicamos nosso mundo interior, tendo, como material expressivo, o próprio corpo em movimento: pele, músculos, ossos, peso, respiração, batida do coração.
Entram na dança, também, os desejos, os sonhos e a emoção do dançarino. "Apoiando-nos em nossos gestos, construímos uma identidade. Ampliando esses micromovimentos no espaço, o corpo vira linguagem", escreveu o coreógrafo Ivaldo Bertazzo, que criou o conceito de cidadãos-dançantes e costuma convidar não-profissionais a participar de seus espetáculos.
Sim, porque qualquer um pode dançar, ainda que não possa praticar pliés. Não fosse assim, nada aconteceria nas oficinas de Danceability, método criado pelo americano Alito Alessi que propõe a exploração artística entre pessoas com e sem deficiência, com e sem experiência em dança, utilizando a improvisação. E o que se vê são composições que incluem cadeiras de rodas, muletas e sutis movimentos de olhos, e a substituição de uma fantasia, de um preconceito, por uma experiência concreta.
"A gente tem uma pressão muito grande para melhorar na vida, para ser mais forte, mais magro, mais inteligente, mais habilidoso, e este é um espaço de encontro, onde a gente pode ser o que é", conta Neca Zarvos, professora certificada da técnica. "E isso é muito inspirador". Você pode se mover como quiser. O que importa mesmo é reunir-se por inteiro: coração, mente e corpo.
Por Jeanne Callegari
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